O ex-engenheiro de software, Billy Newport, aposentado, fez um alerta sobre as configurações em nuvem, indicando que elas podem acabar enfrentando desafios semelhantes aos dos antigos mainframes da IBM.
O que Billy Newport tem a dizer
Newport destaca que os mainframes da IBM foram, essencialmente, as primeiras nuvens privadas no local. Eram computadores e armazenamentos sofisticados executando software personalizado instalado no local. Os clientes apreciavam a solução completa que permitia o pagamento conforme o uso. Se precisassem de mais poder, uma ligação para a IBM resolveria. A IBM cuidava do hardware, substituindo peças defeituosas, e cobrava pelos serviços e armazenamento. Um modelo de pagamento conforme o uso, começando com custos baixos que aumentavam à medida que mais recursos eram utilizados.
No entanto, Newport aponta que, embora fosse um modelo de negócios brilhante, tinha seus problemas. Aplicações intensamente utilizadas pagavam preços baseados no uso mensal dos serviços. À medida que o uso das aplicações crescia, as despesas aumentavam, com o controle principalmente nas mãos da IBM.
“Se você usa mais, paga mais. Se uma empresa executa 100 aplicativos no mainframe, é provável que a maioria do custo mensal do mainframe seja de alguns desses aplicativos”, observa Newport.
Ele destaca que aplicativos muito utilizados tornavam-se dispendiosos, mesmo que não estivessem mais em desenvolvimento. Parar de trabalhar em um aplicativo não significava parar de pagar para executá-lo no mainframe. Newport sugere que, muitas vezes, desenvolvedores eram orientados a trabalhar em aplicativos caros à medida que cresciam, na tentativa de economizar dinheiro.
Para Newport, o que funcionou bem era o uso de computadores menores (como AS/400 ou iSeries) e mainframes para hospedar aplicativos de outras empresas, algo que hoje chamamos de plataformas SaaS (Software as a Service).
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Ele acredita que a nuvem de hoje se assemelha precisamente ao cenário dos mainframes. Muitas empresas, ansiosas para se juntar à tendência da nuvem, podem enfrentar desafios ao tentar reduzir os gastos na nuvem e descobrir que a mudança para um ambiente local pode ser cara, se possível.
“Cloud é principalmente bom para executar SaaS, não para serviços básicos. Pense em CRM/Folha de pagamento/hospedagem de desenvolvimento/MS Office/Email corporativo e assim por diante, não em armazenamento de dados/kubernetes/hospedagem de máquinas virtuais. Isso é mais valioso para uma empresa do que simplesmente hospedar dados ou máquinas virtuais”, conclui Newport.